idrisbr: #TSCcelebration // Semana 2, Quinto dia – Cena favorita “Ela estava v
idrisbr:#TSCcelebration // Semana 2, Quinto dia – Cena favorita“Ela estava vendo Jace e o não Jace: as lembranças que tinha dele, o menino lindo que conheceu, inconsequente consigo mesmo e com os outros, aprendendo a se importar e a cuidar. Lembrou-se da noite que passaram juntos em Idris, de mãos dadas naquela cama estreita, e do menino sujo de sangue que a olhou com olhos assombrados e confessou ser um assassino em Paris.— Matá-lo? — perguntou o Jace-que-não-era-Jace. — Está louca?E lembrou-se daquela noite perto do Lago Lyn, quando Valentim enfiou a espada nele, e de como sua própria vida pareceu sangrar com o sangue dele.Clary o viu morrer, ali na praia em Idris. E depois, quando o ressuscitou, ele engatinhou até ela e a olhou com aqueles olhos que queimavam como a Espada, como o sangue incandescente de um anjo.Eu estava no escuro, dissera. Não havia nada além de sombras, e eu era uma sombra. Então ouvi sua voz.Mas aquela voz se misturou a outra: Jace olhando para Sebastian na sala do apartamento de Valentim, dizendo a ela que preferia morrer a viver assim. Conseguiu escutá-lo agora, falando, mandando lhe entregar a espada, e que se ela não o fizesse, a arrancaria à força. A voz soou dura, impaciente, a voz de alguém conversando com uma criança. E soube naquele instante que, assim como ele não era Jace, a Clary que ele amava não era ela. Era uma lembrança dela, borrada e distorcida: a imagem de uma pessoa dócil, obediente; alguém que não entendia que o amor concedido sem livre-arbítrio ou sinceridade não era amor.— Entregue a espada. — Ele estava com a mão esticada, o queixo levantado, o tom imperioso. — Entregue, Clary.— Você a quer?Ergueu a Gloriosa, exatamente como ele havia ensinado, equilibrando-a, apesar de estar pesada em sua mão. A chama brilhou com mais intensidade, até parecer alcançar o céu e tocar as estrelas. Somente a espada a separava de Jace, seus olhos dourados, incrédulos. Mesmo agora, ele não pôde crer que ela pudesse machucá-lo, machucá-lo de verdade. Mesmo agora.Ela respirou fundo.— Pegue.Ela viu os olhos dele se acenderem, como naquele dia perto do lago, então enfiou a espada nele, exatamente como Valentim havia feito. Ela entendeu agora que era assim que deveria que ser. Ele tinha morrido assim, e ela o arrancara da morte. E agora, a morte estava de volta.Não se pode trapacear a morte. No final ela reclama os seus.A Gloriosa afundou no peito dele, e ela sentiu a mão ensanguentada deslizar no cabo quando a lâmina acertou os ossos da costela, penetrando-o até o pulso de Clary tocar o corpo de Jace, e ela congelar. Ele não tinha se mexido, e ela estava pressionada contra ele agora, agarrando a Gloriosa enquanto o sangue começava a entornar do machucado no peito.Ouviu-se um grito — um ruído de dor e pavor, o ruído de alguém sendo brutalmente dilacerado. Sebastian, pensou Clary. Sebastian, gritando enquanto seu laço com Jace era rompido.Mas Jace. Jace não emitiu um único som. Apesar de tudo, estava com o rosto calmo e pacífico, lembrava uma estátua. Ele olhou para Clary e seus olhos brilharam, como se ele estivesse se enchendo de luz.E então começou a queimar.(…)Jace, Clary pensou furiosamente, com as mãos se fechando nos braços dele. Você é mais forte do que isso. Se este é você, se é você de fato, vai abrir os olhos para mim.Subitamente, Simon apareceu, ajoelhando do outro lado de Jace, com o rosto sujo de sangue e fuligem. Esticou o braço para Clary. Ela levantou a cabeça para olhar para ele, para ele e para a mãe, e viu Isabelle chegando por trás, de olhos arregalados, aproximando-se lentamente. A frente do uniforme dela estava suja de sangue. Sem conseguir encarar Izzy, Clary virou o rosto, voltando os olhos para o dourado no cabelo de Jace.— Sebastian — disse Clary, ou tentou dizer. A voz saiu rouca. — Alguém precisa ir atrás dele. — E me deixar sozinha.— Estão procurando agora mesmo. — Jocelyn se inclinou para a frente, ansiosa os olhos arregalados. — Clary, deixe-o ir. Clary, meu amor…— Deixe-a! — Clary ouviu Isabelle falar incisivamente. Escutou a mãe protestar, mas tudo que faziam parecia ocorrer ao longe, como se Clary estivesse assistindo a uma peça da última fila. Nada além de Jace importava. Jace, queimando. Lágrimas arderam no fundo de seus olhos.— Jace, maldição — disse ela, com a voz áspera. — Você não está morto.— Clary. — Simon falou gentilmente. — Era uma chance…Afaste-se dele. Era isso que Simon estava pedindo, mas ela não podia. Não faria.— Jace — sussurrou Clary. Era como um mantra, do jeito que ele uma vez a segurou em Renwick e entoou seu nome sem parar. — Jace Lightwood…Clary congelou. Ali. Um movimento tão ínfimo, que quase não foi um movimento. O tremor de um cílio. Ela se inclinou para a frente, quase se desequilibrando, e pressionou a mão contra o material vermelho rasgado sobre o peito dele, como se pudesse curar o ferimento que tinha feito. Em vez disso sentiu — tão maravilhoso que por um instante não fez nenhum sentido para ela, não poderia ser — sob as pontas dos dedos, as batidas do coração de Jace.”créditos da imagem: @cassandrajp -- source link
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