- - Lá do mural do Carlito Azevedo. E a primeira sessão já começa com a acusação do filósofo Emanuel
- - Lá do mural do Carlito Azevedo. E a primeira sessão já começa com a acusação do filósofo Emanuele Coccia sobre nosso desprezo com as plantas: “Pouco falamos delas e mal sabemos seus nomes. A filosofia as negligenciou desde sempre, com desprezo mais do que por distração. São o ornamento cósmico, o acidente inessencial e colorido relegado às margens do campo cognitivo.” Mas e a poesia? Também fala pouco delas? Há vida vegetal além das flores nos poemas? No momento em que se quer passar uma boiada contra a vida verde, pode fazer bem ler o que poetas de várias épocas e países (dos haikais de Bashô à ávore em chamas de Brecht) falaram sobre a vida vegetal. Pois se os animais já conseguiram visto de entrada na cidade do poema, alguns até se tornando celebridades, como o corvo de Allan Poe, os gatos de Baudelaire, a pantera de Rilke, as baratas de Adília Lopes, o verdadeiro zoo de Marianne Moore, talvez o mesmo não se dê com as plantas. Na parte visual da apostila de hoje, o trabalho da pioneiríssima Anna Atkins (1799-1871), a primeira pessoa a lançar um livro com ilustrações fotográficas: os seus cianotipos, técnica com que registrava as algas e plantas que, como botânica, estudava. -- source link