Recentemente tirei um tempo para rever um dos animes que fez parte da minha infância e que inf
Recentemente tirei um tempo para rever um dos animes que fez parte da minha infância e que infelizmente não cheguei até o final (não me lembro o por que), InuYasha é sem dúvida um clássico que recomendo a todos. E agora sendo adulto percebo várias sacadas sobre a maneira como que a história é contada, coisa que quando criança passou desapercebido (estava mais interessado nas cenas de lutas), uma delas é a maneira como a qual o autor da história (Rumiko Takahashi) com sua incrível sensibilidade narrou a trajetória de umas das personagens mais odiadas do anime, KiKyou. E é dela que vou falar. Até aos 115 episódios que assisti nesse momento, KIkyou é sem dúvida a personagem mais incrível que aparece na história, até mais que os protagonistas (InuYasha é Kagome) e com certeza os fans que não gostam dela, não tem ideia da importância que essa personagem tem para a narrativa ou a dimensão da sua profundidade. Ambientada no período Sengoku do Japão, época em que o país vivia com guerras civis onde o a população se matava por todo o território.Vemos nos primeiros capítulos vemos uma KIkyo que claramente vivia de forma a frente do seu tempo. Sendo a matriarca de sua vila, tinha não só a responsabilidade que um qualquer líder tem como também carregava sobre si a responsabilidade espiritual e ritualística do povo. Mas presa pelas tradições e responsabilidades que tinha, tendo que agir sempre fria e forte (necessário para conseguir viver naquela época). A narrativa dela ganha cores, quando em uma série de eventos cuminam no seu renascimento, sendo uma verdadeira fênix, renascida das suas próprias cinzas, agora, 50 anos depois de ser assinada e com sede de vingança, vemos um KIkyou que se permite sentir ódio, amor, medo, inveja, antes impossível já que era uma Miko (uma espécie de sacerdotisa), agora sem ter nada nem ninguém que possa restringi-la, segue sua jornada de redenção. Sem dúvida é uma das personagens mais humanizadas do anime, em alguns momentos consegui sentir a angustia dela, ao tentar matar a pessoa que ama pelo fato de ter se sentido traída e magoada e de acreditar que não merecia ser ressuscitada. Para mim KIkyou é um verdadeiro exemplo de feminismo, nascida em uma época onde a mulher era reprimida, ela quebra todas as barreiras para ser livre dela mesma e do mundo que a tenta colar na gaiola. Não deixando nem o homem que ama determinar atrapalha-la em seu própria jornada solitária. Ainda tenho muitos capítulos pela frente e sinto que ela ainda vai me surpreender, pelo fato de ter amadurecido tanto em pouco tempo. -- source link