Marginália II, de Torquato Neto“Eu, brasileiro, confessoMinha culpa, meu pecadoMeu sonh
Marginália II, de Torquato Neto“Eu, brasileiro, confessoMinha culpa, meu pecadoMeu sonho desesperadoMeu bem guardado segredoMinha afliçãoEu, brasileiro, confessoMinha culpa, meu degredoPão seco de cada diaTropical melancoliaNegra solidão(…) Aqui, o Terceiro MundoPede a bênção e vai dormirEntre cascatas, palmeirasAraçás e bananeirasAo canto da juritiAqui, meu pânico e glóriaAqui, meu laço e cadeiaConheço bem minha históriaComeça na lua cheiaE termina antes do fim(…) Minha terra tem palmeirasOnde sopra o vento forteDa fome, do medo e muitoPrincipalmente da morteOlelê, laláA bomba explode lá foraE agora, o que vou temer?Oh, yes, nós temos bananaAté pra dar e venderOlelê, lalá (…)”Poema de Torquato Neto, 1968“Pindorama: País do Futuro”, fotografia de Vitor Silveira -- source link
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